sexta-feira, 25 de abril de 2008

Som para o barman de dreadlocks ouvir



O Maestro da Tropicália

Aos poucos comecei a prestar mais de atenção no trabalho de Rogério Duprat nos discos tropicalistas. Depois de estudar com Karlheinz Stockhausen, Duprat começa a subverter a ordem da música erudita. Em 63, ele e Damiano Cozzella, com um computador IBM 1620 da Escola Politécnica da USP, fazem uma experimentação inédita no Brasil, precursora da música eletrônica.

Em 67, Gilberto Gil e Duprat criam "Domingo no Parque" e com o eletrizante trio Mutantes lançam o primeiro disco Tropicalista, "Gilberto Gil". Na bolacha, "Frevo Rasgado", a psicodélica "Procissão" e "Domingo no Parque", uma espécie de filme em música e letra. A ousadia deu o que falar.



E "Tropicália", o disco? Na capa Duprat segura polidamente um penico. Como se fosse uma xícara de chá. O maestro inicia "Miserere Nóbis" com órgão litúrgico e sineta de bicicleta. Segue uma enxurrada de bandolins e uma variedade de sopros. Estouros de rojões faz a mistura com "Coração Materno".



Em "Panis et Circensis"a influência psicodélica dos Beatles dá o tom. São sopros, batida fora de cadência, molho de chaves repicando, flautas, distorções de guitarras e um jantar com baianos e mutantes. Talheres e louças. As guitarras no baião "Geléia Geral" irritam metade do Brasil. Duprat dá o colorido sonoro que o tropicalismo precisava transmitir. Depois, entre outras criações, veio uma série de discos com os Mutantes. Um som cultuado até hoje.



Ronaldo Cooper

sábado, 19 de abril de 2008

Gilson, o Chatão em nova confusão


[infinita_highway_gilson.JPG]

Eric Lovric, responsável pelos quase poderes e constantes desventuras do Capitão São Paulo, manda avisar em versão pá pum: Gilson, o Chatão, o insuportável, mala sem alca, sem rodinha e com o fecho estragado apronta mais uma das suas em nova historieta animada. É só clicar:

Para mais diversão:
http://www.capitaosp.uol.com.br/

terça-feira, 15 de abril de 2008

Uma das grandes - Renata Fronzi

Lá em casa, como em qualquer outra no Brasil dos anos 60, ninguém perdia as confusões de uma engraçada família que agitava a tv brasileira. No elenco, Renata Fronzi como Helena, no seriado "Família Trapo" da TV Record, ao lado de Ronald Golias, Otello Zeloni, Cidinha Campos, Jô Soares e Renato Corte Real. O programa foi um grande sucesso entre 1967 e 1971.


Os avós e os pais de Renata eram artistas de teatro e ela nasceu durante uma excursão na província de Santa Fé, Argentina. Começou a carreira como bailarina no Teatro Municipal de São Paulo e atuou como vedete do Teatro de Revista.
A estréia no teatro aconteceu na companhia da atriz Eva Todor na peça "Sol de Primavera", em 1940. Apareceu nas telas de cinema em 1946 no filme "Fantasma Por Acaso". Depois, veio o sucesso com chanchadas como "Garotas e Samba", de 1957 e "Massagista de Madame", 1959.


Na Globo fez: "Faça humor, não faça guerra", "Chico City", e novelas, como: "Minha Doce Namorada", "Pecado Rasgado", "Chega Mais", "Jogo da Vida", "Corpo a Corpo", "A Idade da Loba", "A História de Ana Raio e Zé Trovão. Seus dois últimos trabalhos no cinema foram "Copacabana" (2001), de Carla Camurati, e "Coisa de Mulher" (2005), de Eliana Fonseca.
Sua biografia "Renata Fronzi: Chorar de Rir" foi escrita por Wagner Assis. Vale a pena ler.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Olhar do Cinema III




















Leila Diniz - Todas as Mulheres do Mundo - Domingos de Oliveira - 1966
Quando Leila entrou em meus sonhos.
Aldeia oásis - Chiu Chiu - Atacama
Porta e janela - Paranapiacaba
Fotos: Ronaldo Cooper

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Ruth Rachou - Pioneira da Dança










A bailarina e coreógrafa Ruth Rachou festeja seus 80 anos com espetáculo de dança, exposição de fotografias na Galeria Olido e a biografia "Ruth Rachou" escrita por Bernadette Figueiredo e Izaías Almada. Ruth faz parte da geração pioneira da dança moderna no Brasil.
A estréia acontece no “Ballet do IV Centenário”, de 1954, depois ingressa no “Ballet do Museu de Arte de São Paulo” e participa de filmes musicais produzidos pela Vera Cruz. Na década de 60, mostra seu talento no Ballet da TV Record, onde conquista o prêmio Roquete Pinto, em 1963. Em 1967, nos Estados Unidos, conhece passos, movimentos e expressões de Martha Graham, Merce Cunningham e José Limon. Ao retornar, dança como solista no Ballet Contemporâneo de São Paulo, de Rennée Gumiel, participa do espetáculo “Vestido de Noiva”, de Ademar Guerra e torna-se uma das principais divulgadoras da técnica de Martha Graham no país.
Volta ao Estados Unidos onde apresenta a coreografia “Capoeira” no American Dance Festival e coreografa vários espetáculos de teatro, entre eles, “Zebedeu”, representante do Brasil nos Festivais de Nancy, na França, e Wroclaw, na Polônia. Em 1972 abre sua escola.
A partir de 1973, dirige e coreografa os espetáculos:” Isadora”, “Scapus”, ”Auké” e “Vivências” e “Junções Sucessivas Contrárias”. Dança como solista em “Caminhada” e “Isadora, Ventos e Vagas”, de Célia Gouveia; “Dédalo e o Redemunho”, de Ivaldo Bertazzo; e “Amargamassa”, de Rennée Gumiel. Em 1978, participa do movimento “Arte Aberta”, dançando “Edipus Corpus Cristo”, de Mara Borba. Em 1979, produz a dança “Sonho de Valsa”, de José Possi Neto. Em 1981 protagoniza “Tratar com Murdock”, de José Possi Neto. Em 1983 torna-se assistente de Klauss Vianna na direção do Balé da Cidade.
De 1985 a 1988, produz e dirige a mostra “Inventores da Dança”, espaço pioneiro para a revelação de novos coreógrafos. Interpreta o papel de Isadora Duncan em “Nijinsky”, de Naum Alves de Souza, em 1987. Introduz em sua escola cursos inéditos dirigidos à reflexão da dança, entre eles o multidisciplinar “Corpo Inteiro”, um projeto piloto para o ensino da dança no 2ºGrau.
É responsável pelo ensino da dança moderna na Escola de Bailados da Prefeitura de São Paulo desde 1989. A partir de 1992, em cooperação com o CENA, Centro de Encontro das Artes, realiza o projeto “A Técnica Conta a Dança”, onde a história da dança moderna é ensinada de uma forma prática. Em 1992 cria o Grupo de Dança Ruth Rachou e se dedica aos ensinamentos de Joseph Pilates no Brasil, método que contribuí no aperfeiçoamento técnico dos bailarinos do mundo todo. No ano 2000, retorna aos palcos como bailarina convidada no projeto “Feminino na Dança” e estréia o solo “Dançarinar”, coreografado por Helena Bastos. Em março de 2002, estréia o solo “Depois de Ontem”, de Juliana Rinaldi. Em 2003 dança “A Promessa” de Luis Arrieta no espetáculo Gala 3.

Primeira Historinha Infantil

A Formiga e a Neve - Esta foi a primeira historinha infantil que eu ouvi na escola. A fessora tocou na vitrolinha. Agora, meu amigo Ricardo Lise remontou no teatro.
Em uma bela manhã, enquanto um grupo de formigas trabalha, uma delas, cansada resolve parar e descansar.
Separada do grupo ela vive uma aventura incrível, um floco de neve cai em seu pé prendendo-a na neve. Aflita, pede ajuda a todos que cruzam o seu caminho e assim vai aprender muito sobre: hierarquia, poder, amor.
Essa linda história encanta crianças e adultos. As músicas são belíssimas e o final desta super produção é surpreendente!

Direção e adaptação: Ricardo Lise.
Elenco: Tamy Simas, Clara Martins, Pablo Zorzetto, João Silva e Anderson Bueno.
Teatro Ruth Escobar - Rua dos Ingleses, 209 - Bela Vista.
Sábados e Domingos: 16 horas.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Prato Cheio



Todo mundo sabe, a imprensa adora um crime comovente e uma tragédia dantesca. Nada mais adequado para impressionar a nação e aumentar os índices de audiência.
A cobertura jornalística no caso da menina Isabella Nardoni não foge à regra. A televisão se especializa na busca de emoção em cada canto, em cada coração. Cria reportagens cheias de suposições e sentimentalismo, declara todo e qualquer tipo de informação em plantões, flashes ao vivo, manchetes de repórteres, sobrevôos de helicópteros. Questiona a óbvia tristeza de curiosos que passam pelo local do crime. Faz chorar a funcionária do supermercado que acompanha o drama pela tv. Em seguida, um sociólogo ou psicólogo explica superficialmente tais sentimentos e reações. As reportagens esticam, espicham, torcem e retorcem a tragédia. Convence a todos. Até certo ponto.
O momento crucial é quando pensamos: "Meu Deus, isso virou uma novela!". Por fim, o ato violento perde a importância. A emoção fica banalizada. Dias depois, o autor do crime é revelado. Ficamos satisfeitos. Logo outro crime misterioso, impressionante, comovente vai aparecer nas manchetes e se transformar em drama nacional.

Ronaldo Cooper

terça-feira, 1 de abril de 2008

Embolex na Tate Britain


















Coletivo Embolex na Tate Britain, apresenta "Marginália II". Mostra Narrative Lab, dia 4 de abril. Promovido pelo coletivo NE1CO, o Narrative Lab exibe vídeos, instalações e performances de alguns dos mais criativos artistas audiovisuais. Hiraki Sawa apresenta a mistura de mundos em miniatura com ambientes domésticos. Rod MacLachlan e Jem Noble, da Black Out Arts, utilizam caixas de luz, câmeras e técnicas de sampling. Bopa e Bruno Tait fazem instalação com slides e vídeos projetados por espelhos. Completando a festa, com outros tantos méritos: D-Fuse, Addictive TV, The Light Surgeons, Solu, Visual Kitchen, Girrafentoast, Ben Sheppee, Visualnaut, Olga Mink, ZooZooZoo, Spark e Lucidhouse.


















htpp://www.nlab.org.uk