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O Maestro da Tropicália
Aos poucos comecei a prestar mais de atenção no trabalho de Rogério Duprat nos discos tropicalistas. Depois de estudar com Karlheinz Stockhausen, Duprat começa a subverter a ordem da música erudita. Em 63, ele e Damiano Cozzella, com um computador IBM 1620 da Escola Politécnica da USP, fazem uma experimentação inédita no Brasil, precursora da música eletrônica.
Em 67, Gilberto Gil e Duprat criam "Domingo no Parque" e com o eletrizante trio Mutantes lançam o primeiro disco Tropicalista, "Gilberto Gil". Na bolacha, "Frevo Rasgado", a psicodélica "Procissão" e "Domingo no Parque", uma espécie de filme em música e letra. A ousadia deu o que falar.
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E "Tropicália", o disco? Na capa Duprat segura polidamente um penico. Como se fosse uma xícara de chá. O maestro inicia "Miserere Nóbis" com órgão litúrgico e sineta de bicicleta. Segue uma enxurrada de bandolins e uma variedade de sopros. Estouros de rojões faz a mistura com "Coração Materno".
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Em "Panis et Circensis"a influência psicodélica dos Beatles dá o tom. São sopros, batida fora de cadência, molho de chaves repicando, flautas, distorções de guitarras e um jantar com baianos e mutantes. Talheres e louças. As guitarras no baião "Geléia Geral" irritam metade do Brasil. Duprat dá o colorido sonoro que o tropicalismo precisava transmitir. Depois, entre outras criações, veio uma série de discos com os Mutantes. Um som cultuado até hoje.
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Ronaldo Cooper